HCSL é o único de Pouso Alegre a fazer teste rápido da dengue
Desde o dia 20 de março de 2013 o Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) realiza o teste rápido da Dengue em seus pacientes com suspeita da doença. A pedido da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, profissionais do HCSL foram capacitados para aplicar o teste rápido da dengue, uma vez que a Instituição é referência em epidemiologia, ou seja, no estudo de epidemias.
A especialista em gestão de epidemiologia e enfermeira do HCSL, Alessandra Mara da Motta Paes Costa, explica que o teste é aplicado após avaliação dos sintomas clínicos do paciente, associada ao início dos sintomas. O teste identifica uma proteína específica a partir de um dispositivo onde são colocadas duas gotas de sangue, acusando resultado de 15 a 20 minutos depois. Se o resultado der positivo, já se encerra a ficha pelo hospital com diagnóstico laboratorial positivo. Dando negativo, é marcada uma recoleta a partir do sexto dia de início de sintomas para poder enviá-lo para o Laboratório Macrorregional e, assim, ter o diagnóstico final para o encerramento dessa ficha de notificação.
Uma vez identificada a dengue no paciente é recomendado repouso e hidratação. Caso haja alguma manifestação hemorrágica como gengivite, sangue na urina, sangramento nasal, no caso da mulher, alteração do fluxo menstrual ou antecipação, é necessário que o paciente volte ao hospital para fazer um novo exame solicitado pelo médico, no qual é feita a contagem de plaquetas. Se houver queda, o médico inicia tratamento adequado.
Desde a chegada dos testes, já foram realizados 15. No mês de abril foi diagnosticado, em média, um caso suspeito por dia e 2 positivos que estiveram em áreas endêmicas. Alessandra confirma que o aumento de suspeitas de Dengue este ano está bem maior em relação ao ano passado, mas da região não tem nenhum confirmado ainda, todos são pessoas que estiveram em alguma área endêmica e voltaram com a doença.
Além do teste rápido da Dengue, apenas o HCSL faz o teste Montenegro, para detectar a Leishmaniose e da Malária no sul de Minas Gerais. Outros testes como o de acidentes de trabalho das regionais referentes à Pouso Alegre também são realizados somente no HCSL que é sentinela exclusivo do monitoramento da H1N1 no sul de Minas.
Hoje, 83 agravos, ou seja, 83 tipos de doença podem ser detectados com testes no HCSL que ainda possui um comitê de investigação de óbitos atuante.
Histórico
HCSL é referência em controle de Influenza no Brasil
O Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) foi indicado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para ser um Sentinela, no sul de Minas Gerais, para o programa de Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza no Brasil, por ser um centro de referência no Estado. Ele está credenciado desde o dia 16 de dezembro de 2010.
A Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza no Brasil foi implantada pelo Ministério da Saúde e Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a partir da necessidade de monitorar a doença no mundo. A ação contribui para a produção de vacinas de prevenção da gripe. Os laboratórios que realizam as análises são credenciados e coordenados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Sendo um Sentinela no Brasil, toda semana o HCSL precisa mandar, no mínimo, cinco amostras de nasofaringe (células nasais) ou swab combinado dos pacientes com quadro de gripe que tenha se estendido de três a sete dias. As amostras são encaminhadas para a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Pouso Alegre e de lá seguem para Fundação Ezequiel Dias (FUNED), onde é feita a imunofluorescência. Dentro de 24h todo o processo, até a entrada do material para análise, tem que ocorrer para as amostras continuarem adequadas. A ação é feita com incentivo do governo do Estado enviado à prefeitura de Pouso Alegre, responsável por repassar o recurso para o HCSL.
O resultado das análises que detectam vírus de gripe como Influenza A, Influenza B, Parainfluenza, Adenovírus ou Vírus Respiratórios Sincial nos pacientes demora de sete a dez dias para chegar, no entanto, o doente com suspeita da enfermidade já é isolado. Quando da chegada dos resultados, no caso do paciente estar internado no HCSL, a informação é repassada ao médico. O paciente externo precisa retornar ou telefonar para saber os resultados. Todos os casos positivos são informados à SRS de Pouso Alegre que notifica o Estado e a Secretaria de Saúde do município de que o paciente é originário. Caso o resultado chegue após o óbito do paciente, a família deve ser notificada pela vigilância epidemiológica do município de origem dele.
Além de colher material de pacientes com suspeita de gripe para amostra, o HCSL envia semanalmente ao Ministério da Saúde, através do Sistema de Informações da Vigilância Epidemiológica da influenza no Brasil, o SIVEP-GRIPE, os dados referentes ao número total de atendimentos por síndrome gripal.
O Coordenador de Epidemiologia da Superintendência Regional de Saúde de Pouso Alegre, Mário Tarcísio Faria, esclarece que a vacina da gripe é produzida de acordo com o vírus circulante no inverno do hemisfério oposto, por isso a importância da Vigilância Epidemiológica Sentinela da Influenza, a partir dela o Ministério da Saúde elabora o plano de vacina que imuniza o grupo que mais fica doente, chamado grupo de risco (neste caso, grávidas, idosos, bebês e profissionais da saúde). Quando o grupo de risco é imunizado, ele acaba por proteger quem menos fica doente, porque não espalhará o vírus, diminuindo o contato dele com outros grupos. Faz-se uma estratégia de controle da vacina.
Os pacientes com pneumonia ou síndrome respiratória aguda grave também tem material colhido pelo HCSL para pesquisas da vacina de pneumonia. Todos os cidadãos que estiverem em seu terceiro dia de gripe, podem dirigir-se ao Hospital para fazer a coleta. Os sintomas da gripe incluem febre, calafrios, tosse, coriza, dor de garganta, dor de cabeça e dor muscular. O ideal é prevenir a gripe lavando as mãos com água e sabão frequentemente ou utilizando álcool gel; não compartilhando objetos de uso pessoal, evitando tocar nos olhos, boca e nariz, evitando permanência prolongada em locais sem ventilação e tampando boca e nariz ao tossir e espirrar.
Por Izabella Campos Ocáriz Ascom/Fuvs
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